As
iniciativas de estabelecer relações regulares, a partir do litoral,
com chefes africanos sedeados no interior, pode dizer-se que se iniciaram
no séc. XV e terminaram no início do século XX. As comunicações entre
espaços políticos, económicos e culturais diferentes implicavam a relação
directa com os poderes africanos, quer com os mais fortes e quase sempre
resguardados a grandes distâncias quer com pequenos potentados cujos
territórios condicionavam o acesso aos primeiros.
Quando os portugueses chegaram
a Angola (1483) a primeira iniciativa que tomaram foi a de contactar
directamente a Banza Congo. A Corte do potentado mais forte de que tiveram
noticia na costa. Ali foram conduzidos por delegados do Soio que mantinha
comunicação regular com o suserano.
Na segunda viagem (1485)
os próprios navios de Diogo Cão subiram o Zaire conduzidos por pilotos
locais treinados, cedidos necessariamente pelo chefe da foz do rio.
De qualquer modo foi um
enorme risco, só justificável pelo objectivo primordial de contactar,
directamente no seu território, o poder político da área.
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