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Os
processos históricos que tiveram lugar nesta região do
antigo estado Ndongo, impulsionaram o desenvolvimento gradual de técnicas
de navegação fluvial e de cabotagem ao longo da costa
que permitiram a ligação entre os povos do interior e
o litoral desta zona do continente.
As transações comerciais efectuadas na altura, percorriam
os caminhos do Kwanza no seu troço navegável e chegavam
ao mar. Este foi sendo reconhecido sempre ao longo da faixa costeira
na direcção de outros territórios políticos
nomeadamente ao Soyo, Loango, Mayombe.
Razões de carácter económico e político
explicam tal movimento. Chegados aos Sec. XVI, o corredor do Kwanza
vê chegar novos protagonistas que intervêm no processo político
em curso. Alteram-se na sequência de tais movimentos as dinâmicas
preexistentes. Promovem-se nas mesmas rotas outros ritmos de transações
comerciais, ou melhor crescem os volumes e o tipo de mercadorias.
Os poderes políticos instituídos buscam formulas várias
de adaptação a nova ordem que os europeus se batem de
armas na mão para impôr. E é justamente nesta luta
desenfreada que assistimos a introdução de novas lógicas
na prática do comércio. Desenvolve-se o comércio
humano em direcção aos portos marítimos, e as rotas
internas são também aproveitadas. O corredor do Kwanza
promove, facilita este novo movimento, pois que as mercadorias que se
transportavam nos ndongo são cada vez mais os filhos da terra
que vão alimentar outros negócios nas Américas.
A comunicação de longa distância, repete-se, contudo
avalia-se o espaço de ligação nas milhas que atravessam
os oceanos. Neste período os benefícios desta comunicação
não são visíveis, pois, se este ou aquele soberano
africano terá beneficiado com as mercadorias trocadas, o balanço
de tais transações não tornou mais felizes os homens
transaccionados.
Depois da lógica do tráfico transatlântico, e na
busca do novo comércio, desta feita sustentado pelos produtos
que a África produzia, assistimos a introdução
de novas técnicas de comunicação.
Já no Sec. XIX quando o tráfico transatlântico entra
paulatinamente em decadência em face dos novos pressupostos ideológicos
e económicos sobretudo, o interesse pelas mercadorias africanas
(marfim, urzela, cera, borracha, café entre outras) introduz
um novo fluxo nas transacções comerciais, quando estes
produtos atravessam todos os sertões do território e pelo
Kwanza atingem também o Atlântico.
A tecnologia moderna que chega com os barcos a vapor percorre os mesmos
caminhos e introduz naturalmente outro potencial no tráfego de
mercadorias e de passageiros. O capital do conhecimento adquirido, por
via da introdução de meios técnicos modernos para
a comunicação nesta região e neste período
concreto, ainda assim não promoveu os níveis de desenvolvimento
desejados às populações locais. Sabe-se muito pouco
das influências reais de todo este processo histórico.
Pretendemos mostrar como as fontes documentam, os pontos de contacto
entre o conhecimento endógeno e as novas técnicas que
interpelam dia a dia os moradores do corredor do Kwanza.
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